Cultura 2 - The Cranberries 'MELHOR POST DO ANO'

Quem ler até o final, comenta. Esse é o melhor post do ano aqui no Chaplin.


Gente...
Se eu estou abrindo uma excessão hoje e postando aqui no blog numa sexta, é porque preciso contar uma história louca.
E seguinte...Agora são 3 da manhã e eu acabei de chegar de um show foda. The Cranberries, Citibank Hall. Tudo bem, se voce me conhece, já sabe que eu estaria nesse show de qualquer jeito e bla bla bla, mas ainda que você me conheça bem, nunca adivinharia o que se sucedeu desde o momento em que saí de casa, aqui no Leme até o momento em que pude me sentar aqui nessa minha cadeira giratória novamente.

Tudo começou há um tempão atrás, nos primordios da humanidade, quando ouvi Linger pela primeira vez. Mas vou adiantar um pouco a história para anteontem, quarta-feira, (lembrando que o show há algumas horas atrás na quinta e que hoje é sexta já que são 3 da manhã)no encontro que o Diogo (da comunidade The Cranberries Rio no orkut)promoveu no Rio Sul. Conheci todos os loucos e bixas amantes de musica irlandesa como eu e até marquei de vir para o show com eles no dia seguinte. No encontro, incorporei Dolores O Riordan, fizemos um trio cover e todo mundo bebeu e se divertiu.
...

Dia seguinte acordei cedo, animadona. Decidi que ia sozinha para o show porque queria chegar bem antes para ficar na grade já que eu ia de Premium (Não tenham inveja por eu ser rica). Saí de mais ou menos as quatro e tantas dessa incrivel quinta feira. Peguei o 157 (sim, medo de ir de carro.) e cheguei na barra umas 17 horas, sendo que eu tinha marcado as 15h com o povo. Mas estava tranquila, ninguem deveria estar lá mesmo. Caminhei rumo ao Via Parque. Tudo corria bem até eu me lembrar que havia esquecido a porra do ingresso em cima da mesa. Sim, eu estava na Barra e meu ingresso estava na minha mesinha de cabeceira, no Leme. Não acreditei. Fiquei desnorteada em algum lugar da rampa do New York City Center até me tocar de que tinha que correr se quisesse chegar na hora do show que começaria as 21:00.

Atravessei para o outro lado e nenhum taxi queria parar visto que eu estava mais alternativa impossivel. Mais algum tempo de espera até um filho de Deus (Amém!) resolver parar o taxi. Entrei (nervosa, mas controlada) e falei para ele:
- Mano, me leva para o Leme.
O cara era uma espécie de Pai Helinho do terreiro sei lá da onde, porque ele logo entrou na minha vida e de repente sabia de tudo sobre mim. Também...Desabafei com o cara, mesmo. Contei tudo. Quem me conhece, sabe que é dificil disso acontecer. Não é que o marmanjo me ajudou bagarai? (O nome é Edson! Gente fina.) Fui com ele colocar gás no taxi e pegar dinheiro no banco e ele foi comigo até em casa, peguei o ingresso, ele voltou comigo até...
Aí começa a outra parte da história. Não quero me alongar para que nao fiquem com preguiça de ler.

Meu querido Edson não podia me levar até o Via Parque de volta porque tinha que devolver o carro as 18:30 e a essa hora já estava quase estourando o tempo. Ele disse:

- Não posso te deixar lá.
Eu:
- Desculpe, não entendi.
- Não posso. Tenho que devolver o carro.
Um silencio morbido vindo de mim, obrigou nosso heroi Edson a tomar uma atitude. Ele tinha de devolver o carro na Rocinha (Ele é morador de lá). Sugeriu:
- Te levo até ali em São Conrado e lá você pega um Mototaxi.
Nesse momento uma lágrima solitária escorreu de minha face branda e aparentemente controlada. Já estavamos a caminho então, voltei a meu silencio morbido mas durou pouco.
- Moto? Como assim moto, Edson?! Eu tenho medo até de que cortem as minhas unhas quanto mais de me levarem de moto a algum lugar!

(NAH! Não tinha receio de moto, principalmente das ligadas ao tráfico, bobagem... )

Mas assim Edson disse e assim aconteceu. Chegamos na Rocinha. Ele conhecia os caras. Mandou o papo. Eu paguei a corrida do taxi dele e peguei o capacete da mão do mototaxista (nunca pensei que fosse usar essa palavra um dia) Ele combinou o preço ali na ilegalidade, mesmo. Ah, minha ética de jovem jornalista foi para a puta que pariu. Ao menos eu nao pegaria nenhum transito porque o cara ia chegar rapidão passando por entre os carros. Ao menos foi o que eu pensei. (E eu estava segura segurando a barriguinha sexy do cara -n) Ele errou a entrada (obvio) demos uma volta. Ele acertou de segunda e me deixou na frente do Via Parque enfiiim.

Aeeeee.

De cara encontrei um mano da Comunidade do The Cran. Grudei nele. Ele estava mais perdido do que eu. E na qualidade de vice-lider e lider musical da Comunidade, acabei tendo que guiá-lo. Ironico, não? Fomos para a praça de alimentação onde havia combinado com os 251315714 fans. Encontrei alguns perdidos e os levei até a fila Premium (Mesmo os que eram Comum. Não queria perder ninguem. Ainda eram 19h e o portão abria as 20:30) Na fila, deixei a galera atrás (nao estava tão grande a fila) e fui em busca de meu chefe Diogo, o rei da comunidade The Cranberries. Uma corrida rapida pela fila achei muita gente, mas nada de Diogo. Obvio. Se ele chegasse na hora, não seria ele. Ali estava todo o pessoal do encontro de fans do dia anterior. Que bom...E quem estava lá também? O baixista da minha banda! Carissimo Dedei! Quis arrancar os olhos dele. Aquele maldito safado cover de Kaká do Milan! Ele estava na frente, ia ficar na grade com certeza. FDP. Acabei voltando para o final para não trair o movimento punk. Eu ia ficar na grade também, porque eu sou a Milk eu fico onde eu quero, caralho.

...

20:15 O Diogo apareceu por lá. Descobri que ele ia de Comum e nao de Vip. Como assim? Ele não é a porra do lider da galera? Porque nao vai na porra da Premium? Sei lá, cara. Grana curta até para um cara como ele.

20:30. Tensos para a abertura dos portoes. Eu mais tensa ainda porque meu ingresso tava todo fudido, rasgado, molhado, estranhamente manchado de preto(?)mas nessa parte tudo correu bem. A mulher olhou, passou a mao na mancha, torceu o nariz, mas eu fui. Ganhei uns apertos da segurança bruta e passei novamente. Fui para Premium ali me separei de metade da galera da Comunidade (A plebe). Gritaram 'linda e gostosa' para mim. Esses puxa-saco. Só porque eu sou vice-lider da Comunidade (Desculpa ae!)

Claro que um monte de infelizes se amontoou no meio para receber cusparadas de Dolores O' Riordan, então nem tentei. Na verdade quase toda a minha movimentação dentro da area VIP foi involuntária. Fui levada pelos meus amados da Comunidade até dar de cara com o meu baixista que estava na grade. Abracei o danado e fiquei ali mesmo. Na grade! Pertinho do palco!

Até os irlandeses branquelos aparecerem, já tinhamos conversado de tudo. Descobri como se pega Tétano realmente, e soube da possibildade do meu sonho de ter um filho com a Dolores se realizar. Já é possivel. Era bom ela se preparar mesmo, porque se ela caisse na galera, eu a engravidaria com certeza.

O show foi tudo aquilo e muito mais. Certinhos, seguiram a risca o setlist que todos já conheciam a não ser...
"Promisses,Promisses,Promisses, Promisses!" gritaram todos sob o meu comando. Já havia combinado com o lider Diogo (que estava na Pista Comum) de mandar todos pedirem por Promisses que nao estava no setlist divulgado.

Gritaram durante o show inteeeiro até que Dolores finalmente cedeu.
"Okay. I promisse you'll get Promisses." Ela disse.

Tiraram uma musica da setlist deles pra colocar uma que NÓS pedimos! Cara, não era possivel! (Eu até choraria, mas o Chaplin Entenderia tem me tornado menos sensivel.)

Não vou nem contar que o puto do meu baixista pegou na mão dela e que outros sortudos conseguiram também. Eu me contentei com o olhar divino dessa irlandesa. Ela olhou para mim durante 3 segundos. O olhar mais lindo e azul que eu poderia sonhar.

Saí do show com o baixista de um lado e Diogo de outro. A galera da Comunidade veio toda a trás. Já tinhamos tentado subornar o cara para entrarmos no camarime tal, mas acabou nao dando. Achei uma jornalista credenciada lá e fiz amizade, mas ela era meio otaria e nao tinha muita lábia. Ela não conseguiu entrar.

Fomos para a Lapa.(Lapa? Sim, ainda sou eu escrevendo. Cara...A galera da Comunidade quis, e o que o orkut pede to fazendo. Sorte de hoje, opa!) Encontramos perdidos lá. Um deles disse que havia conseguido foto com a banda pq saiu por fora e esperou milenios mas que a Dolores nao estava, só os outros três (Noel, Mike e Fergal). Nisso, já não estava mais sentindo inveja dele. Sem Dolores? Puff. Não significaria nada para mim uma foto com o Noel, por exemplo.

O resto da noite não preciso contar.Pegamos um bus e eu pela primeira vez na vida, agi feito favelada, cantando alto todas as musicas que a emoçao deixava lembrar. Na Lapa bebemos (duh!) e voltei com metade ds pupilos para Copa. Desci sozinha ali na Barata Ribeiro e vim andando todo o caminho até o Leme pensando na pessoa que eu amo, inspirada pela voz de Dolores O'Riordan ainda ecoando na minha cabeça.


"How you said you never would leave me alone?"


Quem leu até o final, comenta. Esse é o melhor post do ano aqui no Chaplin.